domingo, 7 de novembro de 2010

A IDEIA DO DECRESCIMENTO

Todo desbravador é louco. Depois, todo gênio é louco. Por fim, todo desbravador-gênio é Gênio. Por isso, sempre acreditei que as ideias mais loucas são as dos professores. Em especial as dos professores universitários e mais especificamente os das universidades públicas. São eles, os nossos cientistas ou pesquisadores, que trabalham incessantemente na busca de uma eficácia cada vez maior para humanidade, quebrando paradigmas.


Os assuntos hoje discutidos pela sociedade, já são assuntos “batidos” nos meios acadêmicos. Ou seja, os assuntos que discutimos hoje nas universidades, serão os assuntos da pauta de 2020 a 2030, 10 ou 20 anos, mas esperamos que esses prazos sejam reduzidos cada vez mais para que a sociedade em geral possa participar de debates tão importantes para a humanidade e nosso planeta.

Desenvolvimento, distribuição de renda, crescimento econômico, etc., são assuntos atuais, mas que pela “profecia” de Mauthus, terá fim. E, um novo modelo de desenvolvimento ou de “des-desenvolvimento”, surgirá obrigatoriamente.

Segundo Laura Duarte (2002), os mitos criados pela sociedade de que a natureza é infinita. De Drummond (1987), que os recursos naturais são encarados como recursos de propriedade comum. Fazem com que a população do planeta busque a exploração sem qualquer tipo de responsabilidade.

Desenvolvimento Sustentável (DS) se define oficialmente a partir do relatório de Brundtland (1987), que é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

A associação da palavra sustentável ao conceito de desenvolvimento, como um novo caminho a ser observado e trilhado a partir daquele momento (ECO 92), faz com que os olhos e ouvidos do mundo possam olhar e ouvir os “gritos” e sinais silenciosos da natureza, do planeta, para se debater um novo tipo de desenvolvimento. Um desenvolvimento que seja capaz de atender o tripé de DS, proposto por Sachs (2007): viável econômica, social e ecologicamente.

Quase 10 anos antes a tudo isso, Nicholas Georgesco-Roegen (1978), trata de um assunto que ainda hoje, 32 anos depois, está na contramão da história. Porem vem ganhando corpo e adeptos principalmente nos meios acadêmicos: O decrescimento.

Nascimento (2010) citando Georgesco-Roegen que diz que “o processo produtivo é a transformação de energia de baixa entropia para alta entropia, ou em outros termos, a transformação de energia disponível em energia não disponível”. Já segundo comentário em aula de Carvalho (2010) que “a classe política se mantém distante desse assunto, pois é impopular. Defender o decrescimento é ir contra os anseios da população”, ou seja, nenhum político se elege hoje defendendo decrescimento.

Observa-se que o assunto decrescimento ainda hoje, nesse início de século XXI, é visto como tabu. Tabu esse a ser quebrado antes que seja tarde demais. E já é tarde a cada dia que passa. Mas a consciência da população sobre o assunto vem crescendo paralelamente devido o processo de educação, as vezes nem tão formal, mas em função da globalização, da internet que passa a ser uma ferramenta de comunicação sem fronteiras.

Em decrescimento Feliz, Maurizio Pallante (2010), roga o decrescimento do PIB em prol do crescimento da qualidade de vida. A substituição da mercadoria pelos bens. O conceito de bens e mercadorias não são equivalentes. Ou seja, bens são aqueles produtos utilizados que não são adquiridos através da compra e mercadoria é comprada em mercados ou comércio em geral.

“O decrescimento é a celebração do ócio, da lentidão, da durabilidade, do respeito ao passado; a consciência de que não existe progresso sem preservação” (Pallante, 2010).

O papel da sociedade evoluída é mostrar que o desenvolvimento não deve ser a qualquer custo, e sim, equilibrado e que outros valores sociais, culturais, espirituais, ambientais, etc., devem fazer parte das decisões da humanidade.

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